De forma geral e até mesmo um pouco superficial, o trabalho do jornalista é reportar fatos e acontecimentos, principalmente nos veículos tradicionais de comunicação, qualquer que seja o público receptor. Nas organizações, apesar da atividade do repórter ser semelhante, algumas diferenças são bastante marcantes, já que o profissional pertence ao quadro de funcionários e possui envolvimento direto com o negócio sobre o qual produzirá notícias. Por se relacionar diariamente com os processos e as ferramentas, com os dados e as estatísticas da empresa e, principalmente, com os colaboradores, é exigido um nível de detalhamento da informação um pouco maior, seja por parte do editor ou dos próprios colegas de trabalho, que conhecem o negócio da empresa.
É interessante que o repórter – ou produtor de conteúdo – tenha envolvimento e vivência, para que consiga transmitir as informações com a maior clareza possível. Acompanhar projetos e ações, participar de reuniões de planejamento e estar ciente das decisões tomadas pelo corpo gestor facilita muito o trabalho do jornalista, que precisa inserir as diretrizes estratégicas da organização em suas mensagens. Além disso, quando ciente dos acontecimentos e parte dos processos, o profissional consegue, também, reunir assuntos, criar paralelos e comparações, elaborar cronogramas de divulgação e, claro, ter acesso fácil às fontes. Em muitos casos é difícil – ou ao menos complexo – para um profissional externo, seja freelancer ou de uma agência, compreender os detalhes de um determinado segmento de negócio e, consequentemente, trabalhar as mensagens chave.
O processo de produção de conteúdo é bastante amplo e engloba, além dos repórteres, todos os profissionais da equipe de comunicação de uma organização que tenham como função apurar informações, lapidá-las para qualquer canal, não necessariamente jornalístico, e editar o material para que esteja disponível quando for requisitado. Quando todo o ciclo acontece internamente, conduzido pela equipe de comunicação da empresa, por exemplo, há ganhos em agilidade, confiabilidade da informação, dinamismo e alinhamento estratégico. Para tudo há sempre exceções, claro, mas sempre haverá um jornalista da empresa responsável pelo processo do outro lado da linha.
Marketing de conteúdo
Comum nas estratégias de venda atualmente, o marketing de conteúdo também faz uso da informação, distribuída em níveis de detalhamento, para vender produtos ou serviços aos mais diversos tipos de cliente. E por isso jornalistas têm se aventurado cada vez mais no ramo do marketing, já que para que o funil de vendas seja eficiente, é necessário diferenciar a informação geral, usada nos momentos iniciais de contato com o cliente, da específica, destinada às etapas de afunilamento com o público que demonstrar interesse no assunto.
Para isso, é importante que os produtores de conteúdo estejam envolvidos com o tema em questão, conheçam as atividades da empresa e tenham conhecimento suficiente para trabalhar em materiais diversos, sejam gerais ou específicos. Mãos à obra?
Gabriel Rocha
15 comentários sobre “Por dentro do que será dito”