Nos primórdios da profissão, o jornalista jamais sairia da redação sem seu bom e velho parceiro de apuração, o famoso bloquinho de papel. O instrumento de trabalho, usado no jornalismo tradicional, foi levado também para as organizações, por mais que o jornalismo tenha sido incorporado nas empresas apenas anos e anos depois. Cada pauta tem sua particularidade e o mesmo vale para cada estrutura organizacional, logo, diversos fatores podem influenciar na forma como uma notícia será apurada. De qualquer forma, é preciso lembrar que o bloquinho pode estar sempre lá. E deve.
Tudo bem que, com os avanços tecnológicos, novas ferramentas surgiram e novos processos foram estruturados para facilitar e otimizar a busca por informações, como o e-mail, hoje presença constante no dia a dia do profissional. No entanto, a internet pode “cair”, a bateria do gravador pode acabar e a câmera pode parar de funcionar. O bloquinho não falha, o máximo que pode acontecer é precisar trocar a caneta, se acabar a carga, fato previsível, de forma geral. Um bom repórter leva, ainda, um lápis para a apuração, afinal, não se sabe quando vai chover – sim, a tinta da caneta pode borrar o papel.
Nas empresas, os mesmos imprevistos podem acontecer e o segmento de atuação ainda precisa ser levado em consideração, pois o repórter pode se deparar com ambientes desafioadores e fatores externos, como falta de sinal de telefone, impossibilidade de acessar determinado local com equipamentos fotográficos, etc. Mais uma vez, o bloquinho vai no bolso, sem ocupar espaço e atrapalhar em nada, pelo contrário, pode ser, muitas das vezes, o salvador da pátria. Não é possível produzir material audiovisual ou registros fotográficos apenas com um bloco de papel, isso é um fato, mas a informação, depois de obtida, nunca deixará de ser registrada pelo repórter. Meio caminho andado.
Normalmente é mais fácil obter informação internamente do que de fontes externas, o fato do jornalista pertencer a determinada organização e estar inserido no ambiente facilita sim o contato e a receptividade do portador da informação, o que às vezes pode ser um dificultador para o profissional de redação que aciona a empresa para obter uma nota, por exemplo, mesmo que através da assessoria de imprensa. Mesmo assim, não quer dizer que tudo chega ao jornalista das organizações com facilidade, sem obstáculos, ruídos ou imprevistos, por isso o profissional precisa garantir a informação. Não dá pra depender de uma simples bateria ou esperar que haja sinal WI-FI ou 4G – ao menos por enquanto – sempre disponível, certo?
Gabriel Rocha
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