Um dos principais pilares que sustentam – ou deveriam sustentar – o jornalismo é a imparcialidade, um dos primeiros ensinamentos aprendidos pelos futuros profissionais durante a graduação. A notícia precisa ser publicada com equilíbrio entre o que for passado pelas diferentes partes envolvidas, é preciso ouvir as diferentes versões dos fatos, checar sempre os dados e produzir o conteúdo sem priorizar pontos de vista ou ideias, sem deixar que a reportagem seja tendenciosa. Com o tempo, a imparcialidade garante credibilidade ao veículo jornalístico.
Em alguns textos do Jornalismo nas Empresas, a função de uma equipe de comunicação corporativa fica evidente: atender às necessidades da organização, transmitir mensagens aos colaboradores para que fiquem todos informados sobre projetos, eventos, atividades e movimentações importantes da empresa. A imparcialidade neste caso é um pouco diferente, pois, além de manter a qualidade da notícia – por meio de verificação de informações, por exemplo -, também é preciso apurar com diferentes fontes e consultar especialistas em assuntos variados. O jornalista de empresa trabalha em prol da organização, logo, há sim um toque de parcialidade no processo, mas é preciso dar voz a todos os participantes, a apuração precisa ser lá e cá.
Áreas como a de Recursos Humanos, por exemplo, costumam ter interface com conteúdos diversos, produzidos pelos jornalistas. Em uma reportagem sobre um workshop ou treinamento específico, as informações são geralmente apuradas com o organizador do evento, expert no assunto abordado, mas, neste caso, o tema tem conexão direta com assuntos de desenvolvimento e carreira, o que pode tornar interessante a participação da equipe de RH para agregar valor à matéria com informações gerais sobre capacitação na empresa. Conteúdo mais rico, bom para o negócio, informação de qualidade para o colaborador e voz para diferentes equipes, o que enfatiza a sinergia entre os trabalhos.
Em ambas as situações, seja no jornalismo tradicional ou no exercido nas empresas, o jornalista precisa se atentar para o cenário no qual a informação ou a pauta estão inseridas, pois há sempre mais para ser descoberto e tudo pode mudar a cada novo fato apurado. Um conteúdo produzido sem a participação de alguma equipe cujo trabalho esteja ligado ao tema principal da notícia pode gerar interpretações equivocadas, falta de compreensão – caso haja falta de informação – e até mesmo problemas de clima organizacional. O trabalho do repórter é reportar, como o próprio nome anuncia, e para isso precisa ouvir as partes envolvidas. Nas organizações não é diferente, mas os colaboradores precisam, sem dúvida, fazer parte do processo.
Gabriel Rocha