Por mais que sejam escolhas técnicas, fica clara a hierarquia seguida pelas informações apresentadas em uma reportagem, independentemente do veículo jornalístico ou do formato (texto, fotografia, audiovisual) usado. A informação principal é sempre priorizada, colocada em destaque, e as demais são inseridas posteriormente, em sequência estabelecida pelo repórter ou pelo editor, seguindo critérios de importância ou interesse público, por exemplo. A classificação, importante para deixar mais clara a comunicação e facilitar o entendimento do leitor, pode – e deve – ser usada no ambiente corporativo, mesmo que não seja no jornalismo.
Em um texto de jornal impresso, por exemplo, há diferentes espaços para transmissão de informações e a mensagem chega de forma diferente ao leitor conforme a disposição escolhida pelo jornalista para apresentar o conteúdo. Há jargões que podem soar como algo familiar apenas para profissionais do setor, mas algumas das áreas que compõem a estrutura da página são “chapéu”, título, subtítulo, lead, “olho”, entretítulo, box e legenda, sendo que cada uma possui uma função diferente e deve ser usada para transmitir determinado tipo de informação.
Já percebeu que há, no início dos telejornais, uma série de chamadas para as reportagens da edição? Conhecida no jornalismo como “escalada”, esta é a etapa em que os apresentadores revelam aos telespectadores o conteúdo que será oferecido no dia. No entanto, já percebeu que nem todas as matérias aparecem na escalada? Pois bem, está aí mais um exemplo da priorização do conteúdo, selecionado pelo editor do telejornal. As reportagens que recebem tal destaque são, provavelmente, as mais importantes da edição, as que foram mais bem trabalhadas, as que ocupam maior parte da programação ou até mesmo as que, por motivos comerciais, foram selecionadas pelo editor e pela equipe comercial do canal – sim, isso acontece, mas a conturbada relação “jornalismo X comercial” é assunto para outro post.
Nas organizações, o recurso de hierarquia das informações também deve ser usado, principalmente em trabalhos e projetos recheados de conteúdo. Há sempre algo que não possa ser esquecido ou o que precise ser lembrado a todo momento em uma determinada atividade. E esta informação precisa receber destaque para que não seja “perdida” em meio a tantas outras. Um e-mail é um ótimo exemplo: a tendência natural é de que os profissionais iniciem a mensagem contextualizando o cenário em questão ou passando informações de base para facilitar a compreensão do destinatário, enquanto o assunto principal é colocado, mesmo que sem perceber, em segundo plano. A receita básica é transmitir, primeiramente, a informação principal. Explicações e orientações podem ser inseridas ao longo do texto, de forma secundária, apenas como complemento. Procure organizar as mensagens antes de transmiti-las, seja verbal ou textualmente.
Gabriel Rocha
4 comentários sobre “Priorize a informação principal a ser comunicada”