Quem segue este blog sabe muito bem que o papel dos jornalistas de empresa é, de forma objetiva, gerar engajamento do público interno e garantir a boa reputação da organização, seja com qualquer um dos stakeholders. No entanto, apesar das atividades estarem, na maioria das vezes, divididas entre as equipes de comunicação interna e externa, a comunicação da empresa precisa ser uma só. É aí que as decisões editoriais passam a ser estratégicas e precisam, por isso, ser tomadas com cautela e profissionalismo.
Para que os profissionais de comunicação corporativa possam tomar as decisões e manter uma linha editorial coerente, é preciso que estejam alinhados e cientes do posicionamento da companhia. Compreender o cenário global no qual está inserida a organização e conhecer muito bem os objetivos e as diretrizes é o primeiro passo. De nada adianta ter competências técnicas se não houver o mínimo de conhecimento de gestão e estratégias de comunicação.
Uma simples decisão editorial pode gerar grandes repercussões, seja com os colaboradores ou com públicos externos. Um posicionamento ou uma informação publicada indevidamente pode prejudicar o relacionamento com o Governo, com a população e até mesmo com clientes, o que pode impactar diretamente os negócios da empresa e abrir portas, em alguns casos mais graves, para uma possível crise. Avaliar riscos e possíveis cenários futuros precisa ser rotina do profissional que tem a informação como objeto de trabalho.
Há inúmeras informações que precisam ser transmitidas ao público interno, mas que não devem chegar aos diferentes públicos externos – ou não são necessárias, simplesmente. O cenário inverso é mais improvável, principalmente em uma era em que o ambiente digital permite grande difusão de informação, com rapidez. A produção de conteúdo precisa ser direcionada e, mais uma vez, as decisões editoriais carregam o peso do engajamento e da reputação.
Para ocupar uma posição de grande responsabilidade, estratégica e fundamental para qualquer tipo de organização, é preciso transmitir credibilidade ao corpo gestor e, com isso, obter confiança. Além do conhecimento técnico e da capacidade analítica para compreender os cenários político, econômico e social, o jornalista de empresa precisa de autonomia. É claro que há, o tempo todo, reuniões de alinhamento estratégico, consulta direta aos líderes e até mesmo aprovação de conteúdos, mas em situações emergenciais, pode ser necessário que o jornalista de empresa tome a decisão. Engajamento e reputação são os pilares que vão direcionar o sim ou o não.
Gabriel Rocha
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