Nem tudo é notícia e nem tudo deve mesmo ser notícia. É papel do jornalista, seja nas redações ou nas empresas, avaliar as sugestões de pauta que chegam até ele. No caso das organizações, é bastante comum que alguns colaboradores desenvolvam habilidades e se interessem pelo tema, tornando-se verdadeiros correspondentes. Mas como identificar boas pautas na sua atividade do dia a dia para enviar à equipe de comunicação corporativa?
Primeiramente, é importante entender que, segundo os princípios jornalísticos, há critérios para avaliação de quais fatos devem ser notícia. Alguns dos chamados “valores-notícia” são ineditismo, improbabilidade, interesse, apelo, empatia, proximidade, impacto, consequências, progresso, expectativa, repercussão e amplitude. Sem abrir tanto o leque, mas definindo melhor alguns deles, é possível compreender os motivos: proximidade, por exemplo, pela simples relação com o público-alvo, de forma direta; amplitude, por conta da própria abrangência do assunto; ineditismo, por ser algo novo; etc.
Ainda assim, depois de identificado qual ou quais os critérios indicam valor no fato a ser noticiado, é preciso preparar a pauta, inclusive para checar se a notícia se “sustenta”. É nesta etapa que o jornalista apura informações e avalia a viabilidade da matéria. Uma boa reportagem sempre apresenta dados que exemplifiquem ou sustentem as afirmações; é relevante para o público em questão, por agregar conhecimento, prestar serviço etc; e é impactante, desperta curiosidade ou aborda, por exemplo, soluções e alternativas para algum problema.
Nas organizações, o jornalista de empresa se depara com inúmeros outros fatores que interferem na decisão editorial, pois há diferentes valores-notícia que se aplicam apenas à comunicação interna de forma específica, com foco nos colaboradores de uma empresa. Reputação, clima e engajamento podem ser considerados alguns deles.
As histórias existentes em uma empresa são certamente incontáveis e as ferramentas e formatos para contá-las, diversos. A criatividade e a imaginação podem guiar a busca pela notícia, mas é preciso ter atenção à rotina, às pessoas e aos detalhes. Tente sempre pensar “fora da caixa” e consulte o jornalista de empresa para saber se a pauta faz sentido. Está dada a largada.
Gabriel Rocha
Sim. Achei muito interessante
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