Em tempos de mídias digitais e avanços tecnológicos constantes, nada melhor que dar um passo atrás para se diferenciar, já que caminham todos juntos, em linha reta, sentido à automação de processos e à busca incessante por eficiência. Não que seja um erro, muito pelo contrário, quem não segue essas tendências hoje acaba sendo ultrapassado pelo próprio mercado. No entanto, com todo esse intenso movimento, muitos se esquecem do que hoje pode ser um diferencial nas organizações, com aplicação bastante específica para jornalistas de empresa, por exemplo: o contato olho no olho.
É possível que esteja, neste momento, se perguntando qual a relação disso tudo com o jornalismo empresarial. A resposta pode ser dada, de forma resumida, por meio de uma simples receita: um aperto de mão, um cafezinho, uma caneta e um papel. Ao final deste post você vai compreender a importância dessa estratégia de aproximação.
Convidar uma fonte ou qualquer entrevistado para tomar um café é uma das formas mais fáceis de se chamar atenção e conseguir alguns minutos para uma conversa. O café representa, em muitas empresas, a oportunidade para se obter informações ou apurar detalhes sobre determinada pauta, sem mencionar a possibilidade do surgimento de novos temas durante o bate-papo. Não há necessidade de sigilo ou qualquer tipo de cerimônia, quanto mais natural for a conversa, provavelmente mais informação será apurada. É o ponto de partida. Está valendo.
O aperto de mão representa, aqui, justamente o que falta para muitos profissionais atualmente: relacionamento interpessoal. Carisma, resiliência, empatia e até mesmo um certo tom de “cerimônia” pode fazer bem para a relação no trabalho, pode estar aí o diferencial em relação ao dinamismo e à correria da era digital. Aproveite o momento e interaja com o colega, procure criar uma relação de cumplicidade profissional para que seja estabelecida confiança. Nada deve ser planejado de forma escondida ou com segundas intenções, mas, a partir do aperto de mão, as informações começam naturalmente a aparecer.
Por fim, de nada adianta criar a situação, cativar a fonte, se não puder registrar os dados e as informações para produzir o conteúdo posteriormente. Esteja sempre acompanhado de um bloquinho e de uma caneta, um bom jornalista sabe o quão valiosas podem ser informações, por isso as anota com cautela e atenção. E lembre-se de não correr riscos, tenha sempre um bloquinho de papel.
Tomou nota? Anotou as dicas? Então mão na massa, não deixe de colocar em prática a estratégia de aproximação com os colegas de trabalho para apuração de informações. Pode parecer que não, mas networking presencial ainda é importante e, muitas das vezes, necessário, quando há convivência em uma mesma empresa, por exemplo. Mas lembre-se sempre de ser transparente, honesto, íntegro e sincero, afinal, um bom café deve proporcionar boas lembranças.
Gabriel Rocha
4 comentários sobre “Cara a cara: apuração diferenciada na era digital”