Entre profissionais de comunicação sempre esteve bastante viva a ideia de que o produto ou serviço deve ser pensado para o usuário, no entanto, essa abordagem pode – e deve – ser replicada para todas as áreas e funções de uma organização. É um equívoco pensar apenas no próprio processo, por exemplo, é preciso, cada vez mais, ter como foco o usuário. A comunicação corporativa nos ensina isso e, na comunicação interna, especificamente, a prática se faz ainda mais necessária. Ao propor uma solução ou implementar uma ferramenta, um sistema, um novo processo, etc., pense no usuário, afinal, como o próprio nome diz, é ele quem vai “usar” o produto ou o serviço.
O processo de apuração já mostra como o profissional de comunicação é treinado para pensar no usuário desde o início da produção de uma notícia. O repórter apura as informações que julga serem úteis e interessantes ao público leitor ou espectador. É simples: todas as perguntas direcionadas ao entrevistado são elaboradas para obtenção de informações que serão, futuramente, transmitidas ao consumidor da notícia, ou seja, ao “usuário” daquele jornal.
O mesmo conceito é aplicado durante a redação, etapa em que as ideias são organizadas e, de fato, preparadas para consumo. O jornalista mantém, novamente, o foco no usuário. Qual a melhor maneira de oferecer o conteúdo ao público? Como estruturar a reportagem para que fique mais fácil de ser compreendida? O que é mais interessante para o consumidor? Como ordenar melhor os fatos para contar determinada história? Essas são perguntas que não saem da cabeça do jornalista, mesmo diante das variáveis de cada pauta. Importante ressaltar que todo o trabalho ainda será validado durante a edição, momento em que o conteúdo é lapidado.
Os jornalistas de empresa, assim como os de redação, buscam, além de variar fontes, sempre ouvir pessoas que tiveram participação ou qualquer envolvimento com o que está sendo noticiado. Conhecidos pelos profissionais da área como “personagens”, são importantes para a matéria por darem depoimentos que relatam experiências vividas. Os relatos reais aproximam o público da notícia, pois, além de se identificar com o personagem, o leitor ou espectador é apresentado a detalhes sob o ponto de vista de quem viveu a situação. E isso não é, mais uma vez, um esforço para melhorar o conteúdo oferecido ao usuário?
O mais importante é pensar no que é melhor para a organização, de modo geral. O jornalismo – e a comunicação, claro – ensina como é importante agir em prol do usuário, do consumidor, do cliente, enfim, de quem será beneficiado com determinado projeto, ação, processo, sistema etc. Buscar o ótimo global deve ser a regra aqui.
Gabriel Rocha
9 comentários sobre “Pense no usuário, inclusive na comunicação interna”