Comunicação interna: uma disciplina que faz falta na formação do jornalista

Comunicação interna na graduaçãoO mercado de comunicação vive em frequente mudança, mas, com os avanços tecnológicos e a velocidade com que circula a informação atualmente, jornalistas têm explorado cada vez mais as novas oportunidades que aparecem. Em tempos de valorização do bom conteúdo, muitos têm buscado especialização em marketing digital, por exemplo. A assessoria de imprensa é outra atividade que, exercida majoritariamente por jornalistas no mercado brasileiro, já foi e ainda é a opção para muitos.

Mas e a comunicação interna? Por que apenas alguns jornalistas exploram esse segmento e se especializam em falar com os colaboradores de uma determinada organização? A comunicação interna é uma área de atuação em constante crescimento, que demanda cada vez mais profissionais. Deveria ser disciplina do curso de graduação em jornalismo, não acha?

Tudo bem, o objetivo do curso é preparar os estudantes para o trabalho em redação, mas seria bastante enriquecedor se portas fossem abertas ao profissional desde sua capacitação. Há uma série de particularidades no trabalho de comunicação interna que não são apresentadas aos futuros jornalistas durante a formação acadêmica. Um novo universo poderia ser a eles apresentado.

A serviço de quem?

A primeira grande mudança é referente ao objetivo de negócio e, consequentemente, de atuação do jornalista. Nas redações, é priorizado o serviço à comunidade, enquanto, nas organizações, o profissional de comunicação atua em prol da empresa para a qual trabalha.

O trabalho do jornalista de empresa passa a ser zelar pela reputação da organização, garantir o engajamento dos colaboradores e auxiliar na gestão do clima organizacional, por exemplo. Não há serviço para a comunidade, diretamente, mas há uma importante contribuição para a organização. E isso seria um ensinamento importante para o futuro profissional.

Contato com a liderança

Jornalista precisa manter contato com a liderançaÉ preciso se acostumar a trabalhar com as lideranças. O gestor é um dos principais canais de comunicação por se relacionar diariamente mesmo com colaboradores que não trabalham em escritório. O trabalho de articulação dos conteúdos com os líderes é fundamental para a disseminação das mensagens estratégicas.

Compreender o cenário da empresa, conhecer as diferenças de cultura existentes entre áreas e ter em mente os desafios de gestão são passos importantes para conseguir agregar valor à organização por meio da comunicação interna. Não se aprende isso tudo de uma hora pra outra, é preciso vivência, no entanto, um professor experiente poderia introduzir conceitos e boas práticas.

profissional multitarefa

O jornalista que trabalha em empresas precisa dominar todo tipo de recurso e ferramenta, adaptando-se às características de cada canal, claro. Pode ser que seu escopo de trabalho seja bastante definido, sem grandes variações, mas é certo: em algum momento será necessário auxiliar um colega em determinada atividade, cobrir férias ou ajudar em alguma força-tarefa – situações de crise com a imprensa, por exemplo.

Jornalista de empresa é profissional mmultitarefa

Sempre digo que o bom profissional de comunicação corporativa é aquele que entende do negócio e, portanto, sabe quais as mensagens devem ser trabalhadas. No entanto, para transmitir todo o conteúdo, é preciso ser um profissional multitarefa. Para isso, a graduação geralmente abre portas, afinal, costuma oferecer possibilidades de capacitação técnica aos estudantes.

Novos horizontes

O jornalista de empresa precisa estar preparado, também, para atuar em atividades que não pertencem, tradicionalmente, a seu escopo de trabalho. Para isso, é preciso se habituar a uma nova rotina. Aprovação de conteúdos produzidos, conhecimento do negócio, compreensão da estratégia, atenção a processos, respeito a hierarquias e, principalmente, olhar crítico voltado a reputação da empresa passam a ser preocupações constantes.

Já pensou que o jornalista de empresa é envolvido em projetos para articular, por exemplo, a gestão da mudança? É desafio atrás de desafio, adaptação é uma das palavras de ordem, sem dúvida. O grande ponto é: a faculdade de jornalismo poderia preparar melhor o futuro profissional para esse tipo de situação.

Corporativismo

Por fim, é preciso conhecer o funcionamento de uma empresa, que muito se difere do ambiente de redação, mais comum ao jornalista. Burocracias, hierarquias bastante definidas, processos mais rígidos, protocolos e diretrizes a serem cumpridas farão parte do cotidiano.

Até mesmo sob esse aspecto a disciplina de comunicação interna poderia influenciar positivamente o trabalho dos profissionais que viessem a optar por trabalhar com comunicação interna. Já pensou em atuar nessa área, mas ainda precisa se capacitar? Entre em contato.

Gabriel Rocha

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