Pandemia do novo Coronavírus (Covid-19) tem exigido performance de porta-vozes e autoridades
Em momentos críticos e delicados como a pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), é comum – e importante – que autoridades políticas e executivos de grandes organizações envolvidas convoquem entrevistas coletivas com a imprensa ou usem canais de comunicação para pronunciamentos oficiais.
O que é transmitido por esses representantes ou por seus porta-vozes é pensado estrategicamente, o discurso é cuidadosamente elaborado considerando os impactos, as possíveis interferências e repercussões diante de cada público que vai receber a mensagem. E é aí que entra o profissional de comunicação corporativa.
Reputação
Uma das grades missões – se não a principal – do jornalista de empresa é zelar pela reputação da empresa. Reputação nada mais é que o nome dado à soma de percepções geradas, pelos diversos públicos de interesse, com relação a uma determinada marca, sejam elas decorrentes de ações, campanhas, projetos, ou até mesmo da visualização da logomarca ou da leitura do próprio nome.
A reputação pode ser definida, também, como a relação de confiança estabelecida entre uma organização e seus stakeholders, justamente por conta das experiências vividas e das interações com a marca. É por isso que um pronunciamento oficial ou um simples discurso podem impactar a reputação, pois influenciam diretamente a percepção das pessoas, principalmente em situações de crise como a gerada pela pandemia do novo Coronavírus (Covid-19).
Apurar para traduzir
É justamente para garantir a reputação da organização em casos críticos que entra em ação o jornalista de empresa, que vai lapidar o discurso. Avaliar, com senso crítico e conhecimento da força que tem uma informação, para determinar se a mensagem está condizente com a linha de atuação, com o que se espera do remetente e se pode gerar efeito negativo.
Não cabe a esse profissional conhecer as informações técnicas, mas é preciso conhecer o negócio para que saiba, depois de levantar essas informações, traduzir o conteúdo e pensar na forma como o conteúdo final será transmitido.
Estratégia
Além de ser a pessoa mais indicada para redigir o texto do pronunciamento, é o profissional de comunicação corporativa que deve, também, orientar os gestores ou as autoridades sobre o momento em que o discurso deve ser feito. Essa é mais uma orientação que precisa ser dada por quem está sempre atento aos acontecimentos, conhece as possíveis reações dos diferentes públicos e possui expertise no gerenciamento de crises.
A estratégia deve ser elaborada pelo jornalista de empresa considerando os canais a disposição da organização, o alcance de cada um deles, o formato com o qual o porta-voz se sente mais à vontade etc. Cabe a esse profissional, inclusive, orientar os líderes e gestores caso não seja interessante seguir com o pronunciamento. Cada caso é um caso.
É tudo treino
Para quem assiste a um discurso ou a uma entrevista coletiva à imprensa pode parecer que tudo ali foi preparado pelo porta-voz. Mas além de lapidar a mensagem e definir a estratégia é o jornalista de empresa que prepara o porta-voz para assumir a posição.
É uma tremenda responsabilidade, afinal, envolve oratória, postura, controle emocional, boa dicção, escolha de roupas, enfim, uma infinidade de decisões precisam ser tomadas pelo profissional de comunicação para auxiliar o porta-voz nestes momentos. Se quiser saber mais sobre media training, clique aqui.
É sempre possível melhorar o texto, aprimorar a retórica e se expressar com mais clareza, no entanto, é preciso buscar a evolução. E para isso é preciso confiar em quem possui expertise. Em tempos de fake news e de tantos pronunciamentos, valorize o jornalista, seja da imprensa ou das assessorias de comunicação.
Gabriel Rocha
Um comentário sobre “Por trás dos pronunciamentos em situações de crise”